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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Deixe o Julgamento Para Lá - Reflexão Filosófica

por Celso de Arruda - Jornalsta  Filosofo - Musico - MBA









PENSAMENTO DO DIA:  

EVITE acusar e criticar.

Procure,  antes,  colaborar,  sobretudo com seu exemplo digno e nobre.  

Tudo tem sua razão de ser na vida,  embora nem sempre 

saibamos compreender,  porque não temos uma visão completa, 

já que só podemos ver a superfície das pessoas e coisas.  

Deixe o julgamento Àquele que vê os corações e que está dentro de

cada um de nós,  lendo os mais secretos pensamentos e intenções.  

Minutos de Sabedoria 276


Reflexão Filosófica: A Sabedoria de Evitar o Julgamento e a Crítica

O pensamento do dia nos oferece uma reflexão profunda sobre as atitudes humanas em relação ao julgamento, à crítica e à colaboração. A ideia de evitar acusar e criticar enquanto buscamos colaborar com exemplos dignos e nobres nos conduz a uma filosofia de vida mais compassiva, prudente e voltada para a construção de um ambiente mais harmonioso e compreensivo. Além disso, a ideia de que "tudo tem sua razão de ser na vida", mesmo que não possamos sempre compreendê-la, nos leva a refletir sobre nossa limitação em julgar a totalidade das situações e das pessoas.

Essa mensagem ressoa com várias tradições filosóficas que discutem a natureza do julgamento, da ética e da compreensão humana. Vamos analisar algumas dessas ideias, com citações de filósofos que ajudaram a moldar nossa visão sobre o papel do julgamento e da ação ética.

A Sabedoria da Moderação no Julgamento

O pensamento começa com um convite para evitar acusações e críticas. Em muitos aspectos, isso nos remete à filosofia dos estoicos, particularmente a figura de Epicteto, que enfatizava a importância de focarmos no que podemos controlar: nossas próprias ações e reações. Para ele, "não são as coisas que nos perturbam, mas as opiniões que temos sobre elas." A crítica, muitas vezes, surge de nossas próprias percepções distorcidas e não de uma compreensão profunda da situação. Portanto, ao evitar a crítica excessiva, somos convidados a cultivar uma mente mais serena, que observa e age com mais sabedoria, sem se deixar arrastar pelas emoções momentâneas.

No contexto da ética, o filósofo Aristóteles também nos lembra da importância do equilíbrio e da virtude. Em Ética a Nicômaco, ele escreve: "A virtude está no meio, entre os extremos." Criticar excessivamente pode ser uma forma de exagero que não favorece o crescimento pessoal nem o dos outros. Ao invés disso, Aristóteles propõe que procuremos agir com justiça e moderada compreensão, sem cair nos extremos do julgamento precipitado.

A Importância do Exemplo como Forma de Colaboração

A reflexão também nos exorta a colaborar com nosso exemplo digno e nobre. A filosofia de Confúcio se encaixa bem aqui. Confúcio acreditava que a melhor maneira de ensinar os outros era, acima de tudo, viver de acordo com os valores que defendemos. Em uma de suas famosas frases, ele disse: "O homem que move uma montanha começa carregando pequenas pedras". A ideia de que podemos impactar o mundo ao nosso redor por meio de nossos próprios exemplos está no cerne de sua filosofia. Em vez de criticar ou acusar, a mudança verdadeira começa dentro de nós, através de nossa postura, comportamento e atitudes.

Mahatma Gandhi, influenciado pela filosofia de Confúcio, também acreditava no poder do exemplo pessoal. Ele disse: "Seja a mudança que você quer ver no mundo". A colaboração, então, se dá não por palavras, mas por ações genuínas que inspiram e promovem a transformação. A verdadeira liderança, de acordo com Gandhi, não se baseia em comandar ou criticar, mas em ser um exemplo de compaixão, paciência e coragem.

A Razão das Coisas e a Limitação da Compreensão Humana

O pensamento destaca que tudo tem sua razão de ser na vida, mas que, muitas vezes, não conseguimos compreendê-la completamente. Esta ideia ressoa com a filosofia platônica, onde Platão sugere que a realidade que percebemos é apenas uma sombra da realidade verdadeira. Em A República, ele compara a condição humana à situação dos prisioneiros na caverna, que só podem ver sombras de objetos reais projetados na parede. Assim, nossa percepção do mundo é limitada, e não temos a capacidade de entender as razões últimas de todas as situações. Platão nos ensina a humildade de reconhecer que nosso conhecimento é parcial e que, muitas vezes, devemos nos abster de julgamentos apressados, sabendo que só uma visão mais profunda e completa poderia nos revelar a verdadeira razão por trás dos eventos.

Da mesma forma, o filósofo Immanuel Kant argumenta que nossos sentidos e nossa razão têm limitações. Em Crítica da Razão Pura, ele explica que a mente humana só pode compreender o mundo fenomenal — aquele que aparece a nós através de nossos sentidos — mas não pode acessar o mundo noumenal, ou seja, a "coisa em si". Essa restrição nos impede de compreender plenamente as intenções e razões dos outros, o que nos leva a ser cautelosos ao emitir julgamentos sobre os outros. Kant, então, sugere que devemos praticar a tolerância e a prudência, pois, muitas vezes, nossas avaliações estão mais baseadas em nossa perspectiva limitada do que em uma compreensão objetiva e verdadeira.

O Julgamento que Só Cabe ao Divino

O texto finaliza com a recomendação de que deixemos o julgamento àquele que vê os corações e que está dentro de cada um de nós. Esta ideia se aproxima da visão cristã de julgamento, onde Deus é visto como o único capaz de entender completamente as intenções humanas. Em muitas tradições filosóficas e religiosas, o julgamento final é atribuído a uma entidade superior, que tem a capacidade de ver além da superfície das ações e palavras.

Friedrich Nietzsche, em sua obra Assim Falou Zaratustra, propõe que devemos evitar julgar os outros, pois a vida humana é complexa e cheia de nuances. Nietzsche afirma que, ao invés de criticar ou acusar, devemos olhar para os outros com compaixão e entender que todos carregam suas próprias lutas e histórias. Para ele, a verdadeira sabedoria está em não se colocar como juiz dos outros, mas em buscar a própria transformação interior.


O pensamento do dia nos convida a cultivar uma atitude mais humilde e compreensiva em relação aos outros. Em vez de acusar ou criticar, somos chamados a agir com exemplo, colaboração e sabedoria. A filosofia nos ensina que o julgamento precipitado é um reflexo das nossas limitações como seres humanos. Só podemos ver a superfície das situações e das pessoas, e é por isso que, muitas vezes, devemos deixar o julgamento para uma força superior, aquela que conhece as intenções e os corações de todos.

Adotar uma postura de prudência e compaixão, como sugerido pelos filósofos que refletiram sobre a ética e o comportamento humano, é a chave para uma convivência mais harmônica e uma vida mais virtuosa.


Musica "Deixe o Julgamento Para Lá"

Autor: Celso de Arruda

(Verso 1)
Não vou criticar, não vou acusar,
Meu olhar é de compreensão,
O mundo é mais do que posso ver,
Cada um carrega sua lição.

A vida é cheia de razões ocultas,
Eu só vejo a superfície,
É tempo de entender, e não de julgar,
Porque cada alma tem sua própria diretriz.

(Pré-Refrão)
O que posso fazer, além de aprender?
Com exemplo vou crescer,
Deixar os outros serem quem são,
Sem pesar no coração.

(Refrão)
Deixe o julgamento para lá,
Só quem vê os corações pode falar,
Eu vou viver com sabedoria,
E agir com amor, com harmonia.
Deixe o julgamento para lá,
Sigo meu caminho sem duvidar,
Com cada passo em compaixão,
Sem olhar para o erro ou a razão.

(Verso 2)
Eu não sei o que se passa por trás,
Cada rosto tem sua história,
E as lições que a vida traz,
São muito mais do que a memória.

Eu sei que posso fazer a diferença,
Com meu exemplo, vou transformar,
Em vez de palavras vazias,
Vou com amor, ajudar a iluminar.

(Pré-Refrão)
O que posso fazer, além de aprender?
Com exemplo vou crescer,
Deixar os outros serem quem são,
Sem pesar no coração.

(Refrão)
Deixe o julgamento para lá,
Só quem vê os corações pode falar,
Eu vou viver com sabedoria,
E agir com amor, com harmonia.
Deixe o julgamento para lá,
Sigo meu caminho sem duvidar,
Com cada passo em compaixão,
Sem olhar para o erro ou a razão.

(Ponte)
Só Deus sabe o que se passa em cada ser,
E o que é real no fundo do nosso ser,
Por isso, não vou apressar meu olhar,
Vou deixar a vida se revelar.

(Refrão Final)
Deixe o julgamento para lá,
Só quem vê os corações pode falar,
Eu vou viver com sabedoria,
E agir com amor, com harmonia.
Deixe o julgamento para lá,
Sigo meu caminho sem duvidar,
Com cada passo em compaixão,
Sem olhar para o erro ou a razão.

(Final)
Vou deixar o julgamento para lá,
Deixar o amor florescer,
Com sabedoria vou caminhar,
E com exemplo vou viver.





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